Setor atacadista e distribuidor brasileiro faturou R$ 261,8 bilhões em 2018, uma movimentação que representou 53,6% do mercado | Foto: Abad / Divulgação / CP
O setor atacadista e distribuidor brasileiro faturou R$ 261,8 bilhões em 2018, uma movimentação que representou 53,6% do mercado. Em 2017, o valor alcançado pelas empresas foi de R$ 259,8 milhões. Um total de 666 empresas que responderam ao questionário do Ranking Abad/Nielsen 2019 somam um faturamento de R$ 88 bilhões (R$ 110 bilhões a preço de varejo). Os resultados fazem parte da pesquisa Ranking Abad/Nielsen 2019 divulgados hoje pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad) em parceria com a consultoria Nielsen, durante evento no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo. Os dados da pesquisa foram apresentados pelo presidente da Abad, Emerson Destro, pelo coordenador de projetos da Fundação Instituto de Administração (FIA), Nelson Barrizzelli, pelo diretor executivo da GfK Brasil, Marco Aurélio Lima, e pelo líder de Desenvolvimento de Novos Negócios da Nielsen, Daniel Asp.
O crescimento do setor, em faturamento, foi de 0,8% em relação a 2017. Já o dado deflacionado, isto é, considerando a inflação oficial de 2018 ( IPCA de 3,75%), mostra uma retração de - 2,95%. Por faturamento, a amostragem está dividida na seguinte maneira: 40% na região Sudeste; 25% no Nordeste; 16% no Sul, 10% no Centro-Oeste, e 9% no Norte do Brasil. Segundo Barrizzelli, o resultado está ligado a fatores que influenciaram toda a economia no ano passado, como a greve dos caminhoneiros, no primeiro semestre de 2018, e as eleições presidenciais em outubro do ano passado. "O Brasil tinha uma expectativa de crescimento bem maior, que acabou não ocorrendo, o que elevou a uma evolução de pouco mais de 1% no PIB", destacou. O coordenador de projetos da FIA disse que o desempenho do setor está fortemente vinculado ao aumento do emprego e a disponibilidade de renda, e o seu crescimento deverá acompanhar o Produto Interno Bruto (PIB) e poderá apresentar resultados bem mais robustos em 2019.
Conforme Destro, depois de duas quedas consecutivas o PIB, em 2015 e 2016, os resultados modestos de 2017 e 2018 têm o aspecto positivo de mostrar que a economia brasileira parou de andar para trás e começou a reagir. "Acreditamos que 2019 terá um cenário mais favorável que impulsione a retomada econômica", explicou. O presidente da Abad afirmou que se o governo federal conseguir dar andamento às medidas mais urgentes para o Brasil, como a reforma da Previdência e a reforma Tributária, certamente a resposta dos investidores e setores produtivos não vai demorar. "Com o retorno dos investimentos e o aumento da renda, será possível pensar em um crescimento para o setor de até 2% no ano, alinhado com o crescimento do PIB", acrescentou.
De acordo com Barrizzelli, ao avaliar o desempenho das 666 empresas que responderam ao Ranking Abad/Nielsen, ficou evidenciado o crescimento das empresas de médio e pequeno porte. "A tendência vem sendo registrada nos últimos seis anos e também mostra que cresceu a regionalização dos negócios no setor atacadista. Segundo ele, as pequenas cidades do interior do Brasil e de periferias das regiões metropolitanas são espaços potenciais para receber esse perfil de atacado distribuidor. O levantamento indica que enquanto as empresas de maior faturamento e atuação nacional tiveram incremento de apenas 2,8%, as de menor porte, com atuação regional, cresceram entre 7,8% e 8,4%. A Abad representa um setor que atende diariamente mais de um milhão de pontos de venda em todo os 5.570 municípios brasileiros que são responsáveis por mais de 460 mil empregos diretos e cinco milhões de empregos indiretos nos estabelecimento varejistas do país.
Fonte: correiodopovo.com.br
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