Home > Notícias > Levy: gravidade da situação do país recomenda ação rápida do Congresso para aprovar medidas
Levy: gravidade da situação do país recomenda ação rápida do Congresso para aprovar medidas
Postado em 27/03/2015
Em
um momento de crise na base aliada, com risco de atraso e mudanças no
pacote do governo para elevar a arrecadação e cortar gastos, o ministro
Joaquim Levy (Fazenda) afirmou que a gravidade da situação financeira do
país recomenda "rapidez" na definição das medidas no Congresso
Nacional.
Para ele, o ajuste nas contas não é um fim em si mesmo, mas o trampolim
para recuperar a capacidade de crescimento do PIB. "A rapidez é
essencial para a economia voltar a crescer. Em particular, os agentes
saberem a data em que, por exemplo, MPs terão seus efeitos, é um fator
importante para o resultado dessas medidas sobre as expectativas e na
arrecadação dentro do ano", disse o ministro em entrevista ao jornal
Folha de S.Paulo.
Alvo de críticas de políticos aliados, trabalhadores e até empresários
por causa do corte seco nas despesas, Levy indicou que não mexerá um
ponto sequer na meta de superávit primário. "Não há espaço nem intenção
de reduzir a meta de 1,2% do PIB." Levy aposta ainda em uma reforma do
PIS/Cofins neste ano. Para isso, porém, também precisará da aprovação do
Legislativo.
O ministro da Fazenda defende as medidas adotadas até agora fazendo uma
comparação indireta com o regime que fez a presidente Dilma perder peso.
Segundo ele, uma "dieta efetiva requer comer menos e melhor". Seguindo
esta receita, diz, os "resultados aparecem" apesar do ceticismo de
alguns. E sentencia: "O Brasil não está doente!".
Disputa
A presidente Dilma Rousseff e o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), protagonizaram nesta semana o seu mais duro embate desde que
ela assumiu o governo, em janeiro de 2011. Em crise com o Planalto após
não ver interesses atendidos e ter seu nome entre os futuros
investigados da Operação Lava Jato, Renan determinou a devolução da
Medida Provisória 669. Encaminhada ao Congresso na semana passada, a MP
reduz o benefício fiscal de desoneração da folha de pagamentos e integra
as medidas tomadas pelo governo na tentativa de equilibrar as contas da
União num cenário de declínio na área econômica.
Menos de duas horas depois da decisão de Renan, Dilma reagiu e assinou
um projeto de lei com urgência constitucional, que retoma os termos da
MP. Em nota, o governo afirmou que “a substituição da MP pelo Projeto de
Lei não trará prejuízo para o ajuste fiscal pretendido pelo governo
federal”. A proposta altera alíquota de contribuição previdenciária
sobre a receita bruta, aplicada principalmente para setores da
indústria, de 1% para 2,5%.
O episódio renovou a insegurança do mercado sobre as condições do
governo de aprovar o pacote fiscal. Nesta sexta-feira, agências de
classificação de risco estão no país para avaliar se mantêm a avaliação
de que o Brasil continua um lugar seguro para se investir.
Fonte: Folha.com e Estadão.com