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Propinas e outros atos ilícitos corroem o lucro das empresas
Postado em 28/09/2017

Propinas, sonegação e outros atos ilícitos destroem a empresa por dentro. É o que apontam estudos recentes feitos no Brasil e no exterior. Um deles, realizado pela Universidade Harvard, constatou queda no lucro de empresas que operam em ambientes corruptos. O dinheiro que deveria ser investido em melhoria da eficiência passa a ser destinado a pagamentos ilícitos. Em troca de vantagens indevidas, a empresa compromete os resultados, sobretudo no longo prazo.

Da mesma forma que o cupim consome a madeira, as práticas ilícitas, como pagamento de propinas e sonegação de impostos, corroem a empresa. Embora a sensação seja de obter vantagens, estudos feitos mostram que os efeitos da falta de ética são nocivos para as organizações. Essas práticas reduzem o lucro, minam a eficiência dos investimentos e derrubam o valor de mercado. Geram perdas financeiras, mascaradas pelo crescimento do negócio, e riscos cada vez mais concretos de penalidades que vão de multas a prisões com todo o seu acervo de desastres: a empresa perde credibilidade, a família sofre, o futuro fica mais difícil ou impossível.

 

Segundo consultores, apesar da sensação de impunidade, as notícias de empresas envolvidas em irregularidades são bem mais frequentes hoje do que há 10 ou 20 anos. O professor Leonardo Rocha, que lidera um núcleo de estudos sobre o impacto da corrupção na performance das empresas, composto por várias universidades brasileiras, está otimista. Para ele, a corrupção está chegando a um ponto de inflexão, quando os empresários se sentem pressionados a mudar. “Temos mecanismos de controle mais incisivos do que no passado, o que torna os riscos para as empresas maiores”, afirma.

 

Irregularidades

Há casos de atitudes ilícitas praticadas tanto por donos de empresas quanto por funcionários. Elas envolvem desde pagamentos a órgãos públicos em troca de benefícios indevidos até fraudes praticadas internamente, seja em nome da empresa ou para obter vantagens individuais. Entre as práticas mais comuns, apontam fontes do mercado, estão:

 

- Pagamento de subornos a funcionários de órgãos públicos (fiscais de segurança alimentar e de trabalho, responsáveis por alvarás de funcionamento, entre outros)

- Propinas para políticos a fim de conseguir incentivos ou outras vantagens

- Pagamento de salário de funcionários por fora

- Pagamento por fora a compradores, feito pelo fornecedor, para fechar um pedido ou contrato (inclusive de equipamentos e insumos)

- Sonegação de impostos

- Pagamento de “comissão” a um executivo, quando um imóvel (supervalorizado) é o escolhido

 

Lucro menor

Para muitos empresários, práticas irregulares são necessárias para manter o negócio ativo e fazê-lo crescer. Nos últimos anos, entretanto, surgiram pesquisas que concluem o contrário. Uma delas foi feita por dois professores de Harvard, que analisaram o impacto da corrupção no desempenho das companhias e constataram que a falta de ética desvia a atenção e os recursos do negócio, o que reduz a eficiência e corrói o lucro.

 

No estudo global, os professores de Harvard, Paul Healy e George Serafeim, analisaram a performance de 480 companhias durante três anos, segmentando-as de acordo com a existência de mecanismos que inibem práticas irregulares e o nível de corrupção do local em que atuam (alto ou baixo). O resultado foi claro: em locais onde a corrupção é mais alta, as empresas elevam as vendas, porque obtêm vantagens que favorecem o crescimento, mas reduzem o lucro líquido em 5%, em média.

 

Os subornos fazem com que a companhia entre em um ciclo vicioso, no qual recursos que deveriam ser direcionados ao desenvolvimento do negócio sejam desviados para práticas irregulares. Dessa forma, a empresa chega a um ponto em que nem mesmo a alta no faturamento gerada indiretamente pela corrupção compensa as ineficiências e a falta de produtividade. Resultado: a organização vai perdendo competitividade, reduzindo margem, lucrando cada vez menos.

 

O estudo também apontou que muitas empresas não se dão conta de que os valores destinados a subornos transformaram-se em despesas. Os professores de Harvard citam o caso mundialmente conhecido da alemã Siemens. Em uma investigação realizada em 2006 nos Estados Unidos, a empresa teve revelado o pagamento de propinas a autoridades de diversos países. Segundo os estudiosos, o custo da corrupção para a empresa – considerando os valores desembolsados – correspondia a 3% da receita global da companhia.

 

No Brasil, onde a corrupção se transformou num escândalo diário, a pressão por mudanças deve crescer. “O brasileiro quer se relacionar com empresas éticas”, afirma Rodrigo Pironti, advogado e doutor em direito econômico. E as evidências dos prejuízos causados pela “troca de favores” já acendem a sirene de alarme. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, órgão internacional que reúne 35 países, já divulgou estudos reveladores. Eles mostram que empresas envolvidas em práticas ilícitas perdem metade de seu valor. E que as multas por corrupção correspondem em média a 34% do lucro.

 

Mudança de atitude

Os especialistas concordam que é cada vez maior o risco de as empresas serem pegas por realizarem atos ilícitos. A lei anticorrupção, dizem eles, ainda está em fase de amadurecimento, mas deve exigir daqui para a frente uma mudança de mentalidade das empresas. A partir de agora, manter justificativas e, principalmente, continuar apostando na impunidade, poderá ser bem mais perigoso.

 

É comum ouvir de empresários que, se não cederem ao pagamento de fiscais, não há como manter uma loja aberta ou inaugurar uma nova unidade. Para Alexandre Ribeiro, diretor da R-Dias Assessoria de Varejo, o excesso de exigências nas leis é um fato, assim como a falta de objetividade da legislação, que abre inúmeras possibilidades de interpretação, além da má-fé de grupos de funcionários públicos.

 

“Existe muita insegurança jurídica e brecha para cada um interpretar a lei à sua maneira”, afirma Ribeiro. Mas o grande problema é transformar isso em justificativa para não avaliar riscos e buscar formas ilegais de obter ganhos. “É preciso avaliar a questão criminal e cível à qual o empresário expõe a si e a própria família. Há formas de reduzir custos atuando dentro da legislação e de elevar a rentabilidade focando o negócio, ou seja, a operação, o comercial, a logística, entre outros”, aponta o especialista. “Há empresas que atuam estritamente dentro da lei e conseguem lucro na casa de 5% a 7%, bem acima da média do setor”, defende.

 

Pressão por mudanças

Reduzir a burocracia e a complexidade das leis brasileiras é uma forma de combater a corrupção. É no que acredita Luiz Eduardo Peixoto, economista e editor do site Terraço Econômico. Para ele, o governo iniciou mudanças que podem ter efeito positivo nesse sentido, como a reforma trabalhista e a lei da terceirização. “Mas ainda é necessário dar passos maiores, com a reforma tributária, a desburocratização na obtenção de alvarás ou a agilização na abertura de empresas, entre outras medidas que podem reduzir o chamado custo Brasil”, avalia o economista.

 

Peixoto também alerta para uma importante mudança que deveria ocorrer no comportamento da classe empresarial. “Os empresários devem pressionar líderes e governo para a aprovação dessas medidas que visam melhorar o ambiente de negócios. Eles ganham força conforme fica claro que podem gerar mais emprego e pagamento de impostos com essas medidas”, enfatiza.

 

Para ler a reportagem completa, acesse: https://goo.gl/EYVbKJ

 

Fonte: Supermercado Moderno

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